quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Doenças Transmitidas por Carraças: um perigo para a saúde animal e para a saúde pública

Podem levar à morte
As Doenças Transmitidas por Carraças (DTC) constituem um perigo para a saúde animal e para a saúde pública pelas consequências que representam e por poderem levar à morte, caso não seja feita uma intervenção rápida. Enquanto portadora de microrganismos, a carraça pode transmitir uma grande variedade de doenças, quer através da picada, quer através da ingestão que o cão faz quando morde a pele para aliviar a comichão.
Actualmente existem cerca de 800 espécies diferentes de carraças em todo o mundo, embora em Portugal a mais comum seja a Rhipicephalus sanguineus, uma carraça de corpo castanho que parasita frequentemente o cão na zona das orelhas, pescoço e patas. Estes parasitas instalam-se na pele e sobrevivem graças ao ingurgitamento de sangue.
Em Portugal, o número de Doenças Transmitidas por Carraças (DTC) tem vindo a aumentar nos últimos anos, devido ao aumento das temperaturas que se tem feito sentir. É na zona norte do país, sobretudo no distrito de Bragança, onde se regista uma maior incidência destas doenças no Homem, onde anualmente se verifica um número de casos 8 vezes superior à média nacional.
Na maior parte dos casos, as carraças precisam de estar fixas ao seu hospedeiro durante pelo menos 24 horas para transmitirem os microrganismos causadores destas doenças, dependendo do agente patogénico. Os vírus podem ser transmitidos em minutos, embora as bactérias e os parasitas precisem de mais tempo, entre seis a 72 horas.
Ciclo de vida da carraçaNa fase adulta, a carraça pode produzir milhares de ovos - entre 2000 a 20.000 ovos - havendo algumas espécies que chegam a fazê-lo duas vezes por ano. Após se alimentarem do sangue do hospedeiro as fêmeas adultas caem para o chão onde fazem a postura dos ovos, estes ovos desenvolvem-se ao encontrar condições propícias para tal, tais como zonas de vegetação baixa, de altura média e com humidade. É na Primavera e no Outono, entre os meses de Maio e Outubro, que as carraças se encontram mais activas, embora estejam presentes durante todo o ano.
Nem todos os cães infectados por estes agentes apresentarão sinais de doença, no entanto, esta pode manifestar-se pelos seguintes sinais: febre, depressão, letargia, descarga nasal e/ou ocular, perda de peso, mucosas pálidas, tosse, dificuldades respiratórias, vómitos, diarreia, presença de sangue na urina, hemorragia nasal, distúrbios neurológicos, paralisia, choque e mesmo morte caso os animais não sejam atempadamente tratados.
No caso do Homem, os sinais clínicos começam com uma pequena úlcera vermelha coberta por uma espécie de "borbulha negra" no local da picada da carraça na pele e, passados alguns dias, podem aparecer sintomas de febre, dor de cabeça, erupções cutâneas, mialgias, náuseas e vómitos, dor abdominal, conjuntivite, gânglios linfáticos aumentados, diarreia, perda de equilíbrio, estado mental alterado, artrites e icterícia.
Tanto o diagnóstico como o tratamento das Doenças Transmitidas por Carraças (DTC) são difíceis de resolver, pelo que a melhor maneira de controlar estas doenças, de forma eficiente, é impedindo a sua transmissão.

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